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SPP - Atividades Físicas!

Atividade Física: Fator de Risco ou Fator de Proteção?

A prática de exercícios físicos por sobreviventes da poliomielite é um tema que desperta debates entre especialistas. Enquanto alguns estudos apontam os exercícios como fundamentais para prevenir contraturas, manter a força física e reduzir a fadiga, outros alertam para os riscos de sobrecarga e progressão da fraqueza muscular, especialmente em pessoas com Síndrome Pós Pólio (SPP). A controvérsia está no equilíbrio entre os benefícios e os riscos, considerando a vulnerabilidade dos neurônios motores que já foram afetados pelo vírus da poliomielite. Para esses indivíduos, a escolha da intensidade, do tipo de exercício e da abordagem terapêutica deve ser cuidadosamente avaliada. Este texto explora os principais fatores, cuidados e tipos de exercícios que podem ser realizados para promover qualidade de vida e minimizar os riscos associados.

Fatores Principais de Risco

Sobrecarga Neuromuscular:

    • Durante a infecção aguda, o vírus lesa os neurônios motores, e as unidades motoras remanescentes assumem maior carga de trabalho. Esse mecanismo de compensação pode levar à degeneração progressiva e à falência dessas unidades motoras ao longo do tempo, contribuindo para a SPP.
    • A teoria do supertreinamento sugere que o excesso de atividade física sobrecarrega essas unidades motoras, resultando em fraqueza muscular progressiva.

Síndrome Pós Pólio (SPP)

    • Lesões residuais graves, acometimento de músculos respiratórios e bulbares, e infecção em idades mais avançadas são fatores associados ao desenvolvimento precoce da SPP.
    • Estilo de vida inadequado, com excesso de uso ou desuso muscular, também pode contribuir para a progressão da síndrome.

Importância da Prescrição Personalizada:

    • Programas de exercícios devem ser adaptados para atender às necessidades e limitações individuais, evitando riscos à saúde.

Cuidados Necessários

Evitar Sobrecarga e Fadiga Muscular:

    • Atividades intensas devem ser evitadas, priorizando exercícios de baixa a moderada intensidade.
    • Acompanhamento profissional é indispensável para ajustar a frequência e intensidade das atividades.

Adaptações Ambientais e Arquitetônicas:

    • Ambientes devem ser acessíveis e seguros, especialmente para atividades aquáticas.
    • A temperatura da água em hidroterapias deve ser mantida entre 31°C e 33°C para conforto e eficácia.

Prevenção de Lesões e Sobrecarga:

    • Priorizar alongamentos, técnicas de relaxamento e exercícios que não exijam esforço excessivo.
    • Atenção especial às articulações, músculos e áreas mais vulneráveis.

Estilo de Vida Controlado:

    • Adotar um ritmo de vida calmo e equilibrado, respeitando os limites do corpo e evitando atividades de alto impacto.

Tipos de Exercícios Indicados

 Exercícios Aeróbicos de Baixa Intensidade:

    • Caminhadas leves, pedalar em bicicletas ergométricas e atividades recreativas leves para ajudar a manter a força muscular.

Exercícios em Ambiente Aquático:

    • Hidroterapia e Natação Adaptada: Indicadas para melhorar resistência muscular, condicionamento físico, postura e alívio de dores. Flutuadores e equipamentos podem ser usados para apoio.
    • Alongamentos na água e massagens relaxantes complementam o cuidado.

 Exercícios de Flexibilidade e Localizados:

    • Alongamentos regulares ajudam a prevenir contraturas e câimbras.
    • Exercícios de resistência com cargas leves para fortalecer sem sobrecarregar.

Atividades Recreativas e Jogos Cognitivos:

    • Esportes adaptados e jogos de mesa, como xadrez e dominó, promovem lazer e estímulo mental.

Tratamento e Controle da Dor:

    • Exercícios localizados, aliados a técnicas como compressas quentes ou frias, acupuntura e uso de órteses.

 Conclusão

A prática de exercícios físicos por sobreviventes da poliomielite deve ser encarada com cautela e planejamento. Os benefícios da atividade física como fator de proteção são claros, mas somente quando realizada dentro de limites seguros e sob supervisão profissional. Um programa bem elaborado pode prevenir complicações, promover saúde e melhorar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos, respeitando suas condições únicas e necessidades específicas.

Fonte:
https://www.academia.edu/36330698/S%C3%8DNDROME_P%C3%93S_P%C3%93LIO_UM_DESAFIO_PARA_EDUCA%C3%87%C3%83O_F%C3%8DSICA_ADAPTADA?email_work_card=view-paper

 

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