Fadiga Intermitente: Quando o Corpo Fala em Silêncio!
Por mais que a gente não sinta aquele cansaço extremo todos os dias, a fadiga intermitente pode estar presente — de forma sutil, mas perigosa — e levar a tropeços, quedas ou até machucados se a gente não parar para ouvir o corpo. Durante a vida, muitos de nós aprendemos a “seguir em frente”. Acostumados a superar limites desde cedo, fomos nos tornando mestres em ignorar pequenos sinais de exaustão. Quantas vezes dissemos ao nosso corpo “só mais um minuto”? Mas esse minuto nunca é só um. Às vezes viram quinze ou mais. E nem sempre sem consequências.
Você reconhece os sinais?
Já se pegou mais desajeitado depois de certa atividade? Notou que tropeça mais ou tem dificuldades com movimentos simples? Talvez seu companheiro ou filho já tenha lhe dito: “Acho que você já fez o suficiente por hoje”. Eles percebem antes de você. E se eles enxergam, é porque o seu corpo está avisando. A questão é: você está ouvindo?
Comece a observar. Quando estiver fazendo algo e sentir aquele “aviso invisível”, pare. Anote mentalmente o que estava fazendo, como se sentiu e o que seu corpo indicou. Se for difícil reconhecer, peça ajuda: pergunte aos seus entes queridos o que eles notam quando você está se esgotando.
Descubra seus próprios sinais de “chega”
Cada pessoa tem seus próprios sinais de que a energia está no fim. Pode ser uma tontura leve, um tropeço bobo, uma sensação de “embotamento”. Se você ainda não sabe reconhecer os seus, tente usar um cronômetro: ao iniciar uma atividade, programe um alarme para tocar em 20 ou 30 minutos. Quando ele soar, pare, mesmo que sinta que “ainda dá para continuar”. Parece contraintuitivo, mas você provavelmente fará mais coisas e com mais segurança se aprender a respeitar as pausas do seu corpo.
A arte de registrar para se cuidar
Uma dica prática e poderosa: mantenha um diário de atividades e fadiga. A cada hora, anote o que fez e o quanto aquilo exigiu de esforço físico ou mental. Isso ajuda não só a entender melhor seu corpo, mas também obriga você a fazer pausas regulares. O simples ato de escrever se torna um convite para respirar. Esse exercício pode transformar sua rotina — e sua qualidade de vida.
Você é mais forte do que imagina
Sobreviventes da pólio são resilientes por natureza. Aprenderam a andar quando ouviram que jamais andariam. Criaram técnicas de respiração quando não havia recursos. Você é parte de uma geração que fez o impossível parecer normal. E, agora, ao ajustar seus ritmos, sua alimentação, seus descansos e seus limites, você também pode renovar sua energia e manter sua autonomia.
Se a fadiga voltou, é hora de investigar
Se mesmo com essas mudanças você sente que o cansaço voltou — ou piorou —, talvez algo tenha mudado. Marque uma avaliação médica. Peça exames completos, especialmente de sangue e da tireoide. Condições clínicas novas podem surgir com o tempo, e identificar precocemente pode fazer toda a diferença.
Lembre-se: a fadiga não é sinal de fraqueza, mas de que você precisa de novas estratégias. Com leveza, consciência e apoio, é possível viver com mais segurança, prazer e equilíbrio.
Fonte:
Dra. Marny K. Eulberg
https://polionetwork.org/archive/kf4p6qwiiohi8eug76px1y8jpattmd