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SPP Intestino Lento!

Por que o intestino fica lento na SPP?

Você não está sozinho se sente o intestino mais lento do que o normal.
Entre os muitos efeitos tardios da poliomielite, a constipação e os problemas digestivos são mais comuns do que se imagina — e têm uma explicação biológica clara: o dano ao nervo vago, provocado pelo poli vírus, interfere diretamente na movimentação do intestino e na digestão como um todo.

Segundo o Dr. Richard L. Bruno, diretor do Centro Internacional de Educação sobre Pólio, sobreviventes da pólio têm até seis vezes mais chances de desenvolver constipação, gastroparesia, íleo paralítico, refluxo e acalasia do que a população em geral.

O nervo vago, danificado pelo poli vírus, é responsável por enviar comandos para que os músculos do sistema digestivo — da garganta ao reto — se contraiam de maneira coordenada. Quando esse comando falha:

  • Os alimentos podem ficar presos no esôfago (sensação de “bolo parado”);
  • O estômago pode não esvaziar corretamente (gastroparesia);
  • Os intestinos podem parar de se movimentar (íleo paralítico);
  • O intestino pode ficar preso em diferentes regiões, gerando constipação.

Sinais de alerta de intestino lento:

  • Sensação de estufamento constante
  • Fezes ressecadas ou em “bolinhas”
  • Longos intervalos sem evacuar
  • Dor abdominal ou sensação de peso
  • Refluxo ou queimação
  • Náuseas após comer

O que você pode fazer: passos práticos

Identifique ONDE a constipação está travando

A constipação pode acontecer:

  • No cólon ascendente (lado direito da barriga)
  • No cólon transverso (parte superior)
  • No cólon descendente (lado esquerdo)
  • No reto (porção final)

Dica: Observar a localização da dor e o tipo de fezes ajuda a direcionar o tratamento correto.

Use o laxante certo para o lugar certo

Tipo de Laxante:

  • Fibra (psyllium, sene) – irrita e estimula o cólon usada para constipação geral;
  • Miralax, Colace. Amolecem as fezes com água, usar quando as fezes estão ressecadas.
  • Estimula o cólon ascendente, quando o lado direito trava;
  • Magnésio (citrato, cloreto). Puxa água para o intestino e auxilia na evacuação.
  • Supositórios / enemas. Ação local no reto, auxilia na evacuação.

Mantenha um “Diário do Intestino”

Anote:

  • Quando evacua
  • Tipo e consistência das fezes
  • O que comeu
  • Medicamentos e suplementos tomados

Isso ajuda a identificar padrões e ajustar o tratamento com mais precisão.

Estimule seu intestino naturalmente

  • Sente-se no vaso logo após as refeições
  • Mastigue bem e coma devagar
  • Beba bastante água ao longo do dia
  • Movimente-se dentro de seus limites — mesmo pequenas caminhadas ajudam

Tenha cuidado com medicamentos que travam o intestino

Evite (ou converse com seu médico sobre):

  • Anticolinérgicos (medicamentos que causam boca seca)
  • Opioides
  • Ansiolíticos sedativos em dose alta

Todos podem inibir o nervo vago e piorar a lentidão intestinal.

E quando os medicamentos são necessários?

Alguns casos exigem medicação específica. Veja as opções seguras:

Domperidona

  • Estimula diretamente o estômago e intestino sem afetar o cérebro
  • Preferida para sobreviventes da pólio
  • Vendida fora do Brasil e EUA (ex: Canadá)

Reglan (metoclopramida)

  • Pode causar sintomas semelhantes ao Parkinson
  • Evite, se possível

Eritromicina

  • Antibiótico que também estimula o intestino
  • Uso limitado a poucos dias

Resumo Prático

  • Sobreviventes da pólio têm intestino lento por danos ao nervo vago
  • Nem toda constipação é igual — o local importa
  • Laxantes têm mecanismos diferentes e agem em regiões específicas
  • Domperidona é segura e eficaz — converse com seu médico
  • Manter um diário intestinal ajuda muito
  • Evite remédios que travam ainda mais o sistema digestivo
  • Busque acompanhamento especializado quando houver dor, refluxo ou dificuldade para engolir

Você não está sozinho!

O intestino lento não é “frescura” nem “idade”. É parte real da Síndrome Pós Pólio e pode ser tratado com cuidado, informação e acompanhamento.

Todos os medicamentos mencionados nesse artigo devem ser validados junto aos médicos que fazem o seu acompanhamento!

Fonte:

https://polionetwork.org/archive/gkopsion59hzvs100giyco1ort0lor

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