Riscos Cardiovasculares em Sobreviventes da Pólio!
As doenças cardiovasculares são um dos principais fatores de morbidade e mortalidade em todo o mundo, e sua relevância é ainda maior em indivíduos com Síndrome Pós Pólio (SPP). A combinação de fatores como o sedentarismo, mudanças metabólicas e limitações funcionais torna essencial o cuidado cardiovascular nessa população. Este artigo explora os riscos, estratégias de prevenção e intervenções recomendadas para garantir a saúde cardiovascular de sobreviventes da poliomielite.
Indivíduos com SPP apresentam maior vulnerabilidade a problemas cardiovasculares devido a fatores como:
Histórico de vida sedentária: A fadiga crônica e as limitações musculoesqueléticas associadas à SPP dificultam a prática regular de atividade física, contribuindo para o descondicionamento aeróbico.
Alterações metabólicas: A obesidade, dislipidemia (níveis elevados de LDL e redução do HDL), diabetes mellitus e hipertensão são comuns, elevando o risco de doença arterial coronariana (DAC).
Comprometimento cardíaco: Estudos apontam uma predisposição a condições como hipertrabeculação e não compactação do ventrículo esquerdo, que podem levar a arritmias complexas e, em casos extremos, à morte súbita.
Avaliação Cardiovascular em Pacientes com SPP
A avaliação detalhada é essencial para identificar riscos precocemente e prevenir complicações. Algumas abordagens incluem:
Estratificação do Risco Cardiovascular:
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- Utilização de questionários como Framingham, Münster Heart Study e Reynolds.
- Avaliação do escore de cálcio coronariano (ECC), que é uma ferramenta eficaz e não invasiva para detectar aterosclerose subclínica.
Exames Cardíacos Específicos:
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- Eletrocardiograma (ECG): Avalia possíveis alterações arrítmicas.
- Ecocardiograma: Verifica a função do ventrículo esquerdo e possíveis anormalidades estruturais.
Monitoramento do Perfil Metabólico:
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- Análise do perfil lipídico e controle de glicemia para identificar dislipidemias e diabetes.
Exercícios Físicos e Reabilitação Cardiovascular
A prática de exercícios físicos cuidadosamente planejada é essencial para prevenir complicações cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida. No entanto, a prescrição deve considerar as limitações específicas dos sobreviventes da pólio.
Benefícios da Atividade Física:
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- Melhora da capacidade aeróbica.
- Redução do ganho de peso e controle metabólico.
- Aumento do condicionamento físico e funcional.
Características do Programa de Exercícios:
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- Duração e Frequência: Sessões de 20 minutos, três vezes por semana, são eficazes para promover melhorias significativas.
- Modalidade: Utilização de cicloergômetros para membros superiores é recomendada, pois reduz o impacto nas articulações e proporciona segurança.
- Intensidade: A intensidade deve ser moderada, definida com base na frequência cardíaca de reserva (70-75%) ou na escala de Borg (13-15 pontos).
Monitoramento Durante o Exercício:
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- Avaliação ergoespirométrica antes e após os programas para ajustar a prescrição e avaliar progressos.
- Testes submáximos, como o teste de caminhada de seis minutos, são preferidos para evitar fadiga excessiva.
Resultados Positivos:
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- Aumento do VO2 pico, VCO2 e VE após 16 semanas de treinamento.
- Redução da fadiga e melhora da resistência funcional após programas de curta duração (seis semanas).
Mudanças no Estilo de Vida
Além do exercício físico, a reeducação alimentar e a adoção de hábitos saudáveis são cruciais para a saúde cardiovascular. Recomendações incluem:
- Nutrição adequada: Redução do consumo de gorduras saturadas e açúcares, com foco em alimentos integrais e ricos em fibras.
- Cessação do tabagismo: Evitar o fumo é indispensável para reduzir o risco de DAC.
- Controle de peso: Incentivar a manutenção de um peso saudável.
Recomendações Finais
O cuidado cardiovascular em sobreviventes da poliomielite deve ser abordado de forma interdisciplinar, integrando cardiologistas, fisioterapeutas e educadores físicos. Com a avaliação adequada, mudanças no estilo de vida e programas de exercícios individualizados, é possível minimizar os riscos cardiovasculares e melhorar significativamente a qualidade de vida desses indivíduos.
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