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SPP Ressignificação!

SPP: Quando a Luz se Faz na Sombra!

Na jornada de quem sobreviveu à poliomielite, cada passo carrega mais do que uma história de superação — traz uma prova de reinvenção. Sharon (White) Richardson, artista consagrada e autora do livro “Pintando a Luz na Sombra da Pólio”, transforma sua vivência com a Síndrome Pós Pólio (SPP) em uma inspiração viva para todos que enfrentam os limites físicos impostos pela condição.

Diagnosticada com pólio às oito semanas de vida, Sharon viveu mais de cinco décadas sem aparentes complicações. Casou-se, foi mãe, explorou o mundo e dedicou sua alma à pintura de paisagens ao ar livre. Mas, em 2002, tudo mudou. A fraqueza muscular nos braços, pernas, mandíbula e língua apontava para algo novo e desafiador: o início da Síndrome Pós Pólio. Sua principal ferramenta de expressão, a mão direita, já não respondia como antes. Foi nesse momento que Sharon se recusou a ceder ao desânimo. Seu lema — retirado de um biscoito da sorte e colado em seu cavalete — se tornou uma âncora: “Foque no que pode, não no que não pode fazer!”

Essa frase ecoa como um mantra para muitos que enfrentam a SPP. Sharon não apenas a internalizou: ela a pintou em sua rotina, reinventando sua arte e sua forma de viver.

O Caminho da Superação: Aceitação, Conscientização e Adaptação

A trajetória de Sharon é marcada por três pilares que podem orientar qualquer sobrevivente da pólio em sua relação com os próprios limites:

Aceitação sem Resignação

Aceitar que algo mudou não é desistir. É reconhecer a realidade e escolher como caminhar a partir dela. Sharon compreendeu que sua pintura jamais seria a mesma — mas isso não significava que deixaria de pintar. A aceitação verdadeira abriu espaço para um novo tipo de expressão: mais livre, mais adaptada, mais sensível ao momento presente.

Dica prática: escreva em um papel o que você ainda pode fazer, mesmo que de maneira diferente. Mantenha essa lista visível. Valorize suas possibilidades, não apenas suas perdas.

Conscientização do Corpo e dos Ciclos

A SPP exige escuta. Sharon entendeu que ultrapassar os próprios limites resultava em dor intensa e dias sem pintar. Por isso, criou um método pessoal de 20 minutos de atividade seguidos de 20 minutos de descanso — um ritmo respeitoso que permitiu constância.

Dica prática: use despertadores ou aplicativos para criar pausas durante o dia. Reflita: após cada atividade, como meu corpo reagiu? A autoconsciência corporal é essencial para manter autonomia sem exaustão.

Adaptação Criativa

Ao perder a destreza da mão dominante, Sharon aprendeu a pintar com a esquerda. Adaptou o estúdio, o cavalete e até o próprio pincel. Incorporou tremores às pinceladas e transformou limitações em estilo artístico.

Dica prática: pergunte-se: como posso modificar meu ambiente, meus instrumentos ou minha forma de executar algo para torná-lo mais leve? Adaptação é engenharia emocional e prática.

Soluções Criativas para a Vida com SPP

Sharon compartilha várias estratégias que podem ser adaptadas por qualquer sobrevivente:

✅ Pintar sentado com um cavalete ajustável
✅ Usar suportes leves e personalizados para segurar objetos
✅ Reduzir o tamanho das tarefas: pintar telas menores, escrever menos por vez
✅ Utilizar softwares ativados por voz para digitação e navegação
✅ Substituir atividades externas por internas (como pintar naturezas-mortas durante o isolamento)
✅ Cultivar hobbies que respeitam o ritmo atual do corpo
✅ Participar de comunidades online de apoio emocional

Quando a Arte Cura

Mesmo com os braços e mãos trêmulos, Sharon segue pintando. Incorporando imperfeições como parte da obra, ela revela algo essencial: não é a ausência de limitações que define a beleza da vida, mas a coragem de viver com elas. Seu exemplo ilumina a escuridão que tantos enfrentam em silêncio. Que cada sobrevivente da pólio possa, à sua maneira, pintar a luz nas próprias sombras.

Para Refletir e Agir:

Qual é o seu cavalete?
Talvez não seja pintura, mas pode ser escrita, música, jardinagem, culinária ou o cuidado com o outro. Qual atividade você pode reinventar?

Qual é o seu novo ritmo?
Você precisa de uma agenda mais compassiva. O corpo pós pólio tem seu próprio tempo — escute-o.

Você já aceitou sua luz?
As sombras da limitação revelam onde a luz precisa entrar. Inspire-se na frase de Sharon e leve-a consigo:
“Foque no que pode, não no que não pode fazer!”

Se este artigo fez sentido para você, compartilhe com outros sobreviventes. Juntos, seguimos mais fortes.

Fonte:
https://polionetwork.org/archive/painting-light-in-polios-shadow-one-artists-struggles

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