SPP – Como lidar com a dor emocional?
Lidar com a dor emocional trazida pelas perdas relacionadas à poliomielite e à Síndrome Pós Pólio (SPP) é um processo complexo, mas há maneiras práticas e positivas de enfrentá-lo. Vamos chamar esse processo de “luto”, pois se trata de deixar para trás um sonho ou um aspecto da vida que não é mais possível realizar!
O luto envolve aceitar que, mesmo que tenhamos conquistado certas coisas no passado, a vida está em constante mudança, e precisamos nos adaptar. Se você costumava andar de bicicleta e, agora, precisa recorrer a um andador ou cadeira de rodas, é importante lembrar que ainda pode estar em contato com a natureza e desfrutar de momentos ao ar livre, mesmo que de forma diferente.
Aqui estão algumas dicas práticas sobre o que NÃO fazer e o que PODE ajudar nesse processo:
O que não deve ser feito:
- Evasão através de hábitos prejudiciais: Evitar a dor emocional com distrações, como o uso excessivo de álcool, drogas, alimentação descontrolada ou sobrecarga de trabalho, pode piorar a situação a longo prazo.
- Isolamento social: Retirar-se completamente do convívio social e evitar falar sobre suas emoções leva a um estado de desconexão, dificultando o processo de cura.
- Fixação em um único estado emocional: Sentir-se constantemente triste, com raiva ou culpado é normal, mas é importante não ficar preso a esses sentimentos, pois eles podem obscurecer a forma como você enxerga a vida.
O que pode ser feito:
- Permitir-se sentir: Reconheça e aceite suas emoções. Não reprima sentimentos como medo, tristeza ou raiva. Lidar com essas emoções, em vez de evitá-las, é parte fundamental do processo de cura.
- Abraçar suas habilidades: Concentre-se no que você ainda pode fazer e em como suas experiências até agora lhe fortaleceram. A SPP não afeta sua mente ou seu coração – você ainda é você, e continua crescendo.
- Pedir ajuda: É natural precisarmos de apoio. Lembre-se de como você se sente ao ajudar outras pessoas; permita que outros experimentem esse mesmo sentimento ajudando você. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de força e autocompaixão.
- Cultivar uma atitude positiva: Embora manter uma atitude positiva todo o tempo seja desafiador, permitir-se momentos de fragilidade pode ajudá-lo a se reerguer mais forte. Aprender a abraçar as emoções desconfortáveis pode ser libertador.
- Enxergar o processo como aprendizado: O luto pelas perdas nos conecta com nossas experiências passadas, mas não significa que estamos regredindo. Somos diferentes a cada nova perda e ganhamos resiliência. Entender que isso faz parte de nossa jornada pode ajudar a lidar com as emoções de maneira mais leve.
Uma nova perspectiva:
O luto não é um estado permanente. À medida que permitimos que nossas emoções aflorem e que enfrentamos nossas perdas, emergimos mais fortes. Perder algo ou alguém pode ser doloroso, mas ao aceitar essa dor como parte natural do viver, abrimos espaço para novas formas de satisfação e bem-estar!
Fonte:
Spring 2024 Vol. 40, No. 2
https://post-polio.org/