SPP é possível viver bem?
Para quem viveu a poliomielite, a jornada é marcada por desafios físicos e emocionais. Enfrentar e acolher as dores emocionais é uma ferramenta poderosa que permite lidar melhor com as experiências passadas e viver de forma plena no presente. Este artigo explora como os sobreviventes da pólio podem praticar o entendimento e acolhimento da dor emocional para alcançar o bem viver. Desde cedo, aprendemos a classificar nossas emoções como “boas” ou “ruins” com base em como nos fazem sentir. Contudo, essa categorização pode ser limitante, especialmente quando nos impede de acolher emoções vistas como “negativas,” como a frustração, a raiva ou a tristeza. Reconhecer que todas as emoções têm um propósito – mesmo aquelas desconfortáveis – é o primeiro passo para acolhê-las. Para os sobreviventes da pólio, este entendimento é crucial, pois permite enxergar a dor emocional como um sinal de algo que precisa ser cuidado e não apenas evitado.
Primeiro Passo: Aceitação
Aceitar uma emoção não significa resignar-se a ela, mas sim reconhecê-la sem julgamento. Ao sentir raiva ou tristeza, o sobrevivente da pólio pode parar e refletir: “O que essa emoção quer me dizer?” Talvez ela esteja apontando para uma necessidade de apoio ou para a necessidade de lidar com uma experiência passada. Quando aceitamos nossas emoções, abrimos espaço para entendê-las e trabalhar com elas de forma mais saudável.
Evitando o “Efeito Bola de Neve”
A autocobrança e a culpa podem criar um “efeito bola de neve,” em que emoções como frustração são intensificadas pela autocrítica. Um exemplo comum é sentir-se frustrado ao ver outras pessoas nas redes sociais realizando atividades que parecem “impossíveis” para você. Reconhecer e neutralizar esses pensamentos – e não se culpar por senti-los – é essencial para quebrar o ciclo do sofrimento. Técnicas como a respiração profunda e a prática da atenção plena ajudam a parar e reavaliar esses pensamentos antes que cresçam.
Ressignificando a Dor Emocional
Ressignificar é atribuir um novo significado à emoção. A frustração, por exemplo, pode deixar de ser um indicador de fracasso e tornar-se uma oportunidade de revisar nossas metas e expectativas. Ao dar um novo significado a essas emoções, os sobreviventes da pólio podem começar a ver o valor que elas trazem para o autoconhecimento e o crescimento pessoal. Refletir sobre perguntas como “O que essa emoção me ensina sobre minhas necessidades?” pode transformar a maneira como lidamos com o sofrimento.
Criando Estratégias!
Para os sobreviventes da pólio, uma prática útil é focar em ações e pensamentos que estão sob seu controle. Em vez de tentar afastar uma emoção, é possível criar estratégias de enfrentamento que promovam bem-estar, como:
- Ajustar as expectativas: Alinhar suas metas ao seu contexto atual pode reduzir a frustração.
- Desenvolver um plano de autocuidado: Práticas como relaxamento, meditação e exercícios respiratórios ajudam a manter o equilíbrio emocional.
- Cultivar uma rede de apoio: Conversar com pessoas que compartilham experiências semelhantes ajuda a criar empatia e apoio mútuo.
Quando entendemos nossas emoções e as ressignificamos, é mais fácil agir de acordo com nossos valores e objetivos de vida. Ao invés de se deixar levar pelo desconforto da dor emocional, pergunte-se: “Que tipo de pessoa quero ser?” A resposta a essa pergunta pode guiar suas ações, ajudando-o a viver de forma autêntica e significativa, mesmo diante dos desafios.
Reflexões Práticas para o Dia a Dia
Aqui estão algumas perguntas para ajudar os sobreviventes da pólio a refletirem sobre suas emoções e estabelecerem uma relação mais saudável com elas:
- Você evita alguma emoção por considerá-la “negativa”?
- Como você reage quando sente essa emoção?
- Quais atividades ajudam a aliviar esse sentimento? Elas são saudáveis?
- Essa emoção está tentando te mostrar algo sobre suas necessidades?
O bem viver, para os sobreviventes da pólio, envolve acolher e ressignificar a dor emocional. Ao compreender e acolher essas emoções, é possível transformar o sofrimento em um caminho de autoconhecimento e resiliência. Buscar o bem viver é construir uma vida que honra as próprias emoções, transformando-as em aliadas na construção de uma experiência de vida mais rica, completa e satisfatória.
Fonte:
https://www.conexasaude.com.br/blog/ressignificar-e-a-dor-emocional/