Metamorfose para uma Vida Melhor!
(baseado na palestra do Prof. Dr. Ft. Abrahão A. J. Quadros no III SIP Brasil Portugal – 2025).
Dois símbolos foram escolhidos para representar essa Metamorfose para uma vida melhor. Nautilus e Borboleta!
Eles foram escolhidos porque representam, de forma poética e profunda, o caminho de transformação vivido por quem sobreviveu à pólio.
- O Nautilus é um molusco marinho ancestral, parente distante do polvo, que vive protegido dentro de uma concha em espiral perfeita. À medida que cresce, ele constrói novas câmaras internas, ampliando seu espaço de vida sem abandonar as anteriores. É um símbolo de expansão interior — a força que cresce de dentro para fora, mesmo quando o movimento parece limitado. O Nautilus ensina que é possível evoluir com estrutura, sabedoria e adaptação, transformando limitação em estabilidade.
- A Borboleta, por sua vez, representa o milagre visível da metamorfose. Nasce lagarta, recolhe-se no casulo, dissolve o corpo antigo e, no tempo certo, renasce com asas. É o símbolo da liberdade que surge da paciência e da confiança no processo.
Juntos, Nautilus e Borboleta contam uma história de esperança: há momentos de recolhimento e reconstrução, e há momentos de voo. Assim é a vida dos sobreviventes da pólio — marcada por desafios, mas também por renovações constantes, onde o corpo aprende, adapta-se e continua criando caminhos possíveis.
Entrar no novo ano com essa consciência é celebrar não o que foi perdido, mas o que ainda pode florescer!
A jornada em 4 atos (para se orientar no próprio caminho)
- Pólio aguda: paralisias com impactos singulares.
- Recuperação: completa, parcial ou ausente, muitas vezes com cirurgias e adaptações.
- Platô: fases de estabilidade (ou instabilidade) que variam entre pessoas.
- Fase tardia / SPP + envelhecimento: podem surgir nova fraqueza, fadiga, dor, intolerância ao frio, dificuldades respiratórias/deglutição — exigindo avaliação criteriosa e plano sob medida.
Mensagem chave: a progressão não é igual para todos. Informação + escolhas diárias + cuidado integrado mudam o jogo!
Cinco princípios para metamorfose
- Informação é ferramenta terapêutica
Conheça sua linha do tempo: idade da infecção, hospitalizações, ventilação, membros/músculos afetados, cirurgias. Esses dados orientam decisões agora. - Economia inteligente de energia
Equilibre esforço e pausa. Divida tarefas, planeje descansos, priorize o essencial. Menos picos, mais constância. - Seleção de atividades — não de culpas
Movimento é remédio quando dosado: fisioterapia focada, exercícios funcionais de baixo impacto, treino respiratório, alongamentos suaves. Evite impactos repetitivos e “heroísmos” que cobram caro no dia seguinte. - Avaliação multidisciplinar minuciosa
Fisiatria, neurologia, fisio, fono (deglutição/voz), pneumo/sono, nutrição, psicologia. Rastreie condições que imitam/agravam sintomas (diabetes, distúrbios do sono, tireoide, carências nutricionais). - Tratamento apropriado e combinado
Quando indicado, farmacológico + reabilitação personalizada + higiene do sono, nutrição de verdade, hidratação, gestão do estresse e rotina previsível. Metamorfose nasce do conjunto.
Ferramentas práticas para o dia a dia
- Regra 20–20–20 da economia de energia: a cada 20 minutos de tarefa, 20 segundos de pausa, olhando ao longe e respirando fundo.
- Tríade anti-fadiga: hidratação + proteína em todas as refeições + micro pausas.
- Kit conforto ao sair: água, lanchinho proteína+fibra, agasalho (frio aumenta dor/fadiga), medicações de uso contínuo.
- Higiene do sono: horários regulares, quarto escuro e fresco, telas off 60 min antes; tratar ronco/apneia muda a vida.
Sinais de alerta — procure avaliação
- Fraqueza nova que persiste ou avança por semanas.
- Quedas, dor desproporcional, tonturas.
- Engasgos, tosse ao beber, perda de peso sem explicação.
- Falta de ar, despertares “sem fôlego”, sonolência excessiva.
- Piora de humor/ansiedade ou isolamento.
Para levar no coração
Metamorfose é ciência e esperança trabalhando juntas. O Nautilus nos lembra da força que cresce por dentro; a Borboleta nos chama ao momento de abrir as asas.
Não se esqueça do lema: transcendendo limitações, dando asas ao futuro!
Cada sobrevivente da pólio carrega em si a essência da metamorfose: a coragem silenciosa do Nautilus, que cresce mesmo em sua concha, e a leveza da Borboleta, que renasce quando chega o tempo certo.
A vida não termina nas dificuldades — ela se refaz em novas formas de existir.
Que o novo ano seja o tempo de abrir asas, reinventar o movimento e provar, mais uma vez, que transcender limitações é possível quando se escolhe dar asas ao futuro.

