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Como a deficiência afeta os relacionamentos!

A Dra. Rhoda Olkin é  professora de psicologia clínica, na Califórnia, San Francisco, além de diretora executiva do Instituto de Psicologia da Deficiência e Saúde. Ela é uma sobrevivente da poliomielite e mãe solteira de dois filhos adultos. Sua tarefa é ajudar as pessoas com deficiência a lidar melhor com seus relacionamentos. Ela recebeu a seguinte pergunta: “Eu participei recentemente da Conferência sobre Pós Pólio, com meu esposo. Adorei cada minuto. No entanto, como estávamos em um ambiente incomum, ele teve que me ajudar muito mais e pude ver como ele estava cansado. Ele não reclamou; eu me senti culpada. Ainda não conversamos sobre isso. Deveríamos? Você tem alguma sugestão de como abordar o assunto?”

Resposta da Dra Rhoda Olkin, PhD: Essa é uma ótima pergunta, porque incorpora muitos aspectos da deficiência em uma única questão. Frequentemente ouço questões sobre isso, viajando para fora do próprio ambiente acessível, como a deficiência é incorporada ao relacionamento com o parceiro, onde existe a necessidade de mais ajuda e consequentemente maior desgaste e cansaço por parte dele.

Primeiro, as mulheres têm dificuldade em pedir e aceitar ajudaEstudos sobre diferenças de gênero, quando um cônjuge sofre de uma deficiência indicam que, quando o homem tem a deficiência, as mulheres tentam realizar as tarefas para ele, mas quando a mulher tem a deficiência, o homem contrata ajuda. Talvez os homens estejam certos? Há uma razão pela qual a depressão nas mulheres é duas vezes mais comum que nos homens!

Considere as tarefas que seu cônjuge faz por você. Como você se sentiria se estivesse fazendo essas tarefas por ele? Você lamentaria e reclamaria? Acredito que não, porque você faria essas coisas por Amor! Segundo, viajar com frequência é um aborrecimento para pessoas com alguns tipos de deficiência. Todos os nossos problemas de fraqueza, fadiga e dor são destacados à medida que enfrentamos mais tarefas em locais inacessíveis. Depois, há os aborrecimentos de outras pessoas que não entendem, lugares lotados com pouco espaço para manobrar, falta de lugares para sentar ou descansar, etc. O ponto principal – é que pessoas com síndrome da poliomielite, precisam de assistência mais do que as outras pessoas e temos que nos acostumar com isso! 

Você se sentiu culpada pelo cansaço do seu esposo! Sim, vocês precisam falar sobre isso, antes de fazer qualquer outra viagem!  Uma boa forma de conversar sobre o assunto seria dizer ao seu marido, “Quando viajamos você faz muitas coisas para mim e para nós. Percebo que você precisa fazer ainda mais, e às vezes isso o cansa. Não posso deixar de me perguntar se você me diria se era demais para você? Aí está a sua abertura. Apenas tente acreditar nele quando ele disser que não se importa, e lembre-se de que não é sua culpa e nem dele. Nós  escolheríamos ser pessoas com deficiência? Provavelmente não. Nossos parceiros escolheriam que sentíssemos dor, fadiga e fraqueza? Eu acho que não. 

Deixe-me relatar uma experiência pessoal para ilustrar. Recentemente, meus dois irmãos decidiram visitar a Austrália sem mim. Fiquei magoada, mas ao pensar nisso, percebi que uma viagem à Austrália comigo seria uma experiência estressante para todos.  Vamos ser sinceros, posso sentir dor – desde a chegada ao aeroporto, de passar pela segurança em cadeira de rodas até encontrar transporte acessível para hotéis com quartos acessíveis para restaurantes acessíveis, e tudo isso antes mesmo de falarmos sobre meu nível de energia reduzido. Portanto, embora existam coisas que eles nunca fariam sem mim, de vez em quando escolhem não me incluir.

Minha tarefa é aceitar que isso é sábio para todos e tentar não nos machucar; e  aceitar que, quando me incluírem, conhecem o exercício e estão dispostos a me ajudar pelo privilégio de nós três estarmos juntos. Assim não se esqueça que seu parceiro também quer o privilégio de estar com você! Mas não ignore que em uma relação saudável sempre temos que conciliar as necessidades de ambos os lados!

Fonte: Post Polio International

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